Mensagens

Lugar

Imagem
Uma fotografia, uma música -  J.P. Simões – Se Por Acaso ( Me Vires Por Aí ) , um poema, uma memória, um lugar Muito pouco mudou Mas pouco bastou Para eu reparar Ainda é o mesmo lugar Apesar de tudo Paro e olho, mudo Por ainda me lembrar É realmente o mesmo lugar De adolescente a homem Memória e tempo ainda moem Aquele beijo que ousou terminar E fazem-me voltar a este lugar Nem eu esqueci o primeiro Talvez o único verdadeiro E na esperança de voltar a amar Não esqueço este lugar

Aquele Poeta Chamado Esperança Parte I

Esta é a estória do poeta chamado Esperança, Joaquin Esperança, como tudo na sua vida até o seu nome assume o papel ridículo das ambiguidades despropositadas, Delinda Jesús sua mãe da Galiza vivia em portugal à 15 anos, num dia, numa dessas efemérides melindrosas conhece Arlindo Esperança, motorista de longo curso em autocarros internacionais, no acaso do amor a semente foi plantada numa paragem de Arlindo por Espinho após uma viagem Paris-Porto, dai o feto cresceu, o ser se criou, a água galgou a margem e na sua foz ele, Jô Esperança como viria a ser conhecido da primária à faculdade, Jô tinha tido a mais pacata das vidas, na mais pacata das aldeias do interior de portugal, a sua vida até este ponto tinha sido tão calma que até a universidade escolhida para frequentar foi nos Açores, primava por esse espírito de taciturno recatado e contemplativo, até este dia, nunca se tinha apaixonado ou sentido amor por ninguém para além de sua matriarca, e hoje foi bem diferente, todos os anos per

Tela

No canto do quarto chora, olhos de vidro, olha em frente sem perder da mente que o branco omnipresente do espaço quadrado que forma a tela tem apenas um pequeno ponto negro, minúsculo diria dois milímetros ponta de caneta, ponta de iceberg. Ah tanto para pintar, desenhar, escrever, imagina só se cada um desses sentimentos que remoinham dentro da cabeça fossem golpes de arte, de técnica, se formassem em geometrias abstractas, faces, membros, flores, jardins, se tudo isso fosse assim tão claro. Claro que sim, que é, mas no entanto ela parada em êxtase de apatia o climax de não ser nada e querer imediatamente ser tudo, que o amor fosse um circulo, a morte um quadrado, a dor, a dor... Bolas nem eu que aqui parado a pairar sobre o que na minha imaginação ferve, eu que denomino-me como alguém dono de algumas palavras que empresto aos outros consigo perceber, agarrar, morder, provar e descrever a miséria de sentir a katana que subtilmente nos quebra pele de dentro para fora e mesmo que

Impar

ohhhh pensamento tacanho que agarrado ao engenho e ao mesmo nó que vos fez sangrar aquele caminho que todos se apreçam a estipular sem entenderem que sou ímpar não entendem o que me faz voar e se eu definho em meus próprios termos agarrado à vontade que todos temos e à simplicidade de navegar de ir ao mar e deixar-me levar sou a pétala branca na rosa negra o ponto de luz que quebra a regra que todos comentam em surdina e grita a mensagem voz de ardina que só a vossa verdade é sepulcral e o que sinto? o que sinto é irreal? façam manchetes de opinião gritem em plena multidão que sou eu que tenho que mudar só eu tenho que mudar descansem a voz porque não vos ouço estão atirar pedras para o fundo do poço que eu com o orgulho de um pequeno moço já construí o meu próprio troço da estrada que me vai levar  essa vertigem de que me aproprio de quem no calor adora o frio de quem ama com medo de amar canta com vontade de chorar luta

Torre

Hoje sonhei. É raro os sonhos me voltarem à memória mas a marca que este me deixou queimada no córtex, fez-me lembrar. Ao início senti que voava, o corpo leve, o vento batia-me na cara e o frio era intenso, mas ao olhar em meu redor apercebi-me que a realidade era macabra, estava parado sobre um precipício, que ao mesmo tempo era ilha, uma torre rochosa elevada uns cem metros sobre o mar. No topo eu sobre um bocadinho de relva pouco mais de um metro de diâmetro, 360 graus à minha volta só enxergava azul. O oceano circundante enraivecido investia sobra a base que me suspendia, a cada onda tudo vacilava, eu, a erva e as rochas. Ao fundo o sol, esmurecia no horizonte, e eu contava os últimos minutos do seu calor, sabia que a noite traria mais incerteza à minha posição. Sentei-me na borda e vislumbrei o apagar da estrela mãe senti que seria a última vez. Durante o crepúsculo as nuvens aproximam-se e com elas a chuva cai. Revolta a maré atacava vigorosamente e eu lá no alto sentia a água

Lágrima

Eu sei que ai estás. No fundo eu consigo-te sentir, no fundo consigo te tocar, eu sei , eu sei, que isto não é verdade, e a alma doí, sinto que uma agulha rebentou a sua camada exterior e agora palavra a palavra o conteúdo esvaísse no papel, sinto que a morte de tudo aquilo que escrevo é premeditada e oposta-mente impaciente, é como se o meu coração, acelerado, bate-se de encontro a uma pequena agulha alojada nas paredes do meu externo, a cada batimento uma dor invade o sangue, essa dor é bombeada pelo meu corpo e envolve-me num manto escuro, comovido a lágrima ameaça romper, e eu deixo, eu quero que vá que me inunde, que me traga ao lugar seguro que é amuar. No fim quando primo o ultimo carácter é como se um enorme rompimento me tivesse atravessado, e uma dor mantém-se no corpo, é ínfimo, e invisível e eu não sei o que fazer ando ás voltas a contornar fantasmas respiração ofegante, é como se quisesse chorar, é como se quisesse correr, é como se quisesse voar, é como se quisesse dormir

Raiva

Através da minha íris, fiquei propenso ao sabor das ondas do mar, suspenso na sua fúria dilacerante, no caso de amar e desprezar, talvez o caso seja que perante mim e a encobrir os meus olhos um manto negro, cego, cor que parte a lógica e guia aquilo que digo e penso, é irracional e palpitante, frustrado, incoerente, ofuscado pelo nada. A Raiva! A voz miudinha do mata e esfola, concentrada num único objectivo, numa única personagem, mais grave, muito mais grave, num ser como eu. Eis quando a minha consciência folheia pelas páginas que o meu pensamento vai escrevendo com letra esquizofrénica , e se apercebe, que todo o meu poder destrutivo é direccionado a uma pessoa, a minha mão congela, cai sobre o meu colo, braço dormente quando a voz grita desesperada "ATACA", berra aos meus ouvidos cada vez mais forte, cresce, este sentimento para si é terra, água e luz, prospera até se tornar incessante, mas eu caído não encontro forças para mais, Sobre a mesa, sobre o caderno, sobre

Falível

E quando mordemos o pó doentio da vergonha? E sem saber embaraçado recolho-me na pequena bola da minha maior falha. Não tenho orgulho nisto que faço por aqui, o blog tem 3 anos, o livro da voz 5, o toma café comigo 6, o memórias está parado à quase 3 intocado, e se alguma vez me promovi foi pelo texto aqui, Re(conhecer), mas pela simples razão de que é mais dos outros que meu, a minha música é uma mancha que apenas trago a baila por gabarolice idiota. Medo talvez, medo de alguém não gostar, medo de ser mediano e não fantástico, medo de o que gosto realmente ser irrelevante e de mais uma vez ser destruído por comentários de gente torta que me destruam a vontade e sabor por fazer isto, mesmo sabendo que qualquer critica que possam tecer, não construtiva, eu consigo dissecar e agarrar pela espinha vil e pérfida de uma forma corrusiva e insultuosa, mas no fim depois de a raiva passar e a poeira assentar aquele que vive dentro de mim cairá na ratoeira de ouvir os meus pensamentos mais inse

Sejamos

Imagem
Fazemos assim, deixa-mos de lado tudo o que não nos impressiona, pousa-mos o pesado fardo que carrega-mos para trás e para a frente, no culminar de toda a desilusão e desce-mos desse poiso doirado, não vamos meter mais santos em altares. E porque não subirmos Andes, os Pirenéus, os Himalaias, a Estrela e o Pico, partir numa aventura tão épica que o coração palpite feito cavalo de corrida, solto na lezíria. Façamos da dunas camas, e das camas dunas, explore-mos o mundo sem sermos turistas como se pertencêssemos a todos os locais e o ame-mos como o nosso lar, como se o nosso espaço desaparecesse e se torna-se o espaço de todos tão cheio de tudo. Que a nossa gastronomia se transforma-se, e o pequeno almoço fosse um "bounjour" em forma de croissant quente, ao almoço polvilhássemos a "saudade" na sardinha assada, com um copo cheio do mais "legal" café para o fim da refeição, e o lavássemos com o "amaro" amaretto para que envoltos em nostalgia pud

Super Heróis

Imagem
E se algures, num local pouco iluminado, talvez uma rua como hoje tão fria, que aqueles que lá estão estejam agasalhados de forma a que apenas se vejam os olhos, talvez nesse momento, os intervenientes olhem por entre a fresta de roupagem, e a unica coisa que consigam ver seja uma pilha de roupa desfocada e mal iluminada e pode ser que no meio desse "festival casacal", gritem um para o outro "AMOR", será que isso acontece? Que quando o afecto por outro ser nos permita ver a raio-x, ver para além do que vemos, será que o amor é na realidade um poder de super herói que nem todos podemos ter? E se talvez o mundo parasse simplesmente de girar e nesse momento o corpo caísse desamparado, e sem olhar ela o impedisse de cair, para no fim o pedestal estivesse completo com ambos, para que no fim talvez fossem merecedores de uma pequena estátua porque por apenas mais uns segundos, talvez o suficiente para um ultimo beijo possam sobreVIVER ao fim de tudo? Talvez numa des